Priscila Soares Falchi

Olha, essa é uma pergunta muito interessante e que surge com frequência na clínica psicanalítica. A relação entre ansiedade e problemas cardíacos, como o infarto, é complexa e merece uma reflexão muito cuidadosa.
Mas de maneira geral, posso dizer que do ponto de vista psicanalítico, não podemos dizer que a ansiedade cause diretamente um infarto. No entanto, sabemos que existe uma profunda conexão entre nossa vida psíquica e nosso corpo físico. Freud já nos alertava sobre isso em seus primeiros estudos sobre a histeria, não é mesmo?
O que observamos na... prática clínica é que estados prolongados de ansiedade podem sim afetar nossa saúde física de diversas maneiras. Por exemplo, uma pessoa muito ansiosa pode desenvolver hábitos pouco saudáveis como forma de lidar com seu sofrimento, como por exemplo, fumar mais, comer mal, evitar exercícios. Tudo isso, a longo prazo, pode aumentar o risco de problemas cardíacos.
Além disso, a ansiedade crônica coloca nosso corpo em um estado constante de alerta, o que pode sobrecarregar o sistema cardiovascular. É como se o coração estivesse sempre "preparado para fugir", mesmo quando não há perigo real.
É interessante notar também o simbolismo do coração na nossa cultura e no inconsciente. Muitas vezes, sintomas cardíacos podem ser uma expressão psicossomática de conflitos emocionais profundos que a pessoa não consegue elaborar psiquicamente.
Portanto, embora não seja possível estabelecer uma relação causal direta entre ansiedade e infarto, é importante considerar o impacto que nosso estado emocional tem sobre nossa saúde física. Na psicanálise, busco compreender essas conexões e ajudar meus pacientes a elaborar suas angústias de forma mais saudável.
Por fim, acho importante lembrar que cada caso é único. Se você está preocupado com sua saúde cardíaca e sua ansiedade, é recomendável buscar tanto um acompanhamento médico quanto um espaço de escuta e elaboração psíquica, como a análise. Leia mais

Essa é uma pergunta muito interessante e que frequentemente surge na prática clínica. Os ataques de pânico, de fato, podem ocorrer a qualquer hora do dia, mas é verdade que muitas pessoas relatam que acontece com mais frequência durante a noite.
Do ponto de vista psicanalítico, entendo esse fenômeno através de várias perspectivas. Freud, em seus estudos sobre a ansiedade, dizia que o sono pode diminuir nossas defesas psíquicas, permitindo que conteúdos inconscientes e angústias reprimidas venham à tona com mais facilidade.
Além disso, a noite muitas vezes repre...senta um momento de maior solidão e introspecção, quando as distrações do dia cessam. Isso pode levar a uma maior consciência de pensamentos e sensações corporais que, durante o dia, poderiam passar despercebidos e também pode ser um momento de vulnerabilidade.
É importante considerar também os aspectos fisiológicos. Durante a noite, ocorrem mudanças naturais em nosso corpo, como alterações nos níveis hormonais e no ritmo cardíaco, que podem ser mal interpretadas por indivíduos propensos à ansiedade, desencadeando um ataque de pânico.
À noite, quando o silêncio predomina, a ausência de estímulos externos pode amplificar nossa "voz interna", às vezes levando a ruminações ansiosas.
Na prática clínica, trabalhamos para ajudar o paciente a compreender o significado subjetivo desses ataques noturnos, explorando possíveis conflitos inconscientes, medos reprimidos ou experiências traumáticas que possam estar se manifestando nesse momento de maior vulnerabilidade.
Então, resumindo a resposta, os ataques de pânico noturnos são um fenômeno que envolve uma interação entre fatores psicológicos, fisiológicos e ambientais. Compreender essa complexidade é muito importante para um tratamento eficaz e para ajudar no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adequadas. Leia mais

Certamente, essa é uma questão bastante relevante e complexa no campo da saúde mental e física. A obesidade, de fato, pode ter componentes genéticos significativos sim, mas é importante entendermos que não se trata de uma relação simples e direta.
Do ponto de vista psicanalítico, tendemos a olhar para além da genética, considerando a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. Freud, por exemplo, nos ensinou a pensar sobre como experiências precoces e dinâmicas familiares podem influenciar nossos padrões de alimentação ...e relação com o corpo.
No entanto, a ciência moderna tem demonstrado que existem predisposições genéticas que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa à obesidade. Isso não significa um destino inevitável, mas sim uma tendência que pode ser influenciada por fatores ambientais e comportamentais.
É importante entender que, mesmo com uma predisposição genética, o desenvolvimento da obesidade geralmente envolve uma interação bastante complexa entre genes, estilo de vida, ambiente e aspectos psicológicos, por exemplo. Na prática clínica, abordamos essa questão de forma ampla, considerando tanto os aspectos biológicos quanto os conflitos internos, padrões de comportamento e influências socioculturais que podem contribuir para o quadro de obesidade.
Em resumo, enquanto a genética pode desempenhar um papel na obesidade, ela é apenas uma parte de um quadro muito mais amplo e complexo que merece uma abordagem mais completa em termos de compreensão e tratamento. Leia mais